Crato "Eu não desejo nenhuma indenização. Quero somente que ele deixe de escrever mentiras em meu nome". Esta foi a resposta do comerciante Joaquim Rodrigues dos Santos, conhecido como "Seu Lunga", ao ser perguntado sobre a decisão da Justiça cearense que proibiu o cordelista Abrahão Batista de usar a autoria "Seu Lunga" em suas histórias.
Abrahão publicou o cordel com o título "As histórias de Seu Lunga, o homem mais zangado do mundo", que narra frases e respostas atribuídas ao comerciante, que possui uma oficina-sucata na Rua da Conceição, no Centro de Juazeiro, onde ele vende eletrodomésticos, ferragens e objetos usados. Até paletós e camisas usadas estão à venda no local.
"Aquilo não é um cordel, é uma coleção de mais de dez mentiras", disse Seu Lunga, esclarecendo que a maioria das piadas atribuídas a ele é mentira. "Eu sou um comerciante sério, que trabalha com um só preço. Aqui não tem este negócio de desconto. Eu vendo pelo preço justo", desabafa. No processo, o comerciante se queixa que teve a dignidade ferida.
O cordelista, segundo afirma, inventou fatos, repassando a sua falsa imagem de grosseirão, mal educado, de tolerância zero.
Ao ser perguntado por um transeunte se ele se sentiria mais feliz com a reabilitação do Padre Cícero ou com a proibição de não usar seu nome em cordéis. Seu Lunga fecha a cara e ataca: "Taí uma pergunta idiota. Como é que você pode comparar uma coisa séria com uma banalidade. É contra este tipo de pergunta que eu perco a paciência", explica.
O professor e cordelista Abrahão Batista afirmou que existem inúmeros cordéis sobre as histórias de Seu Lunga que se tornou uma figura pública em razão do anedotário que se conta sobre ele. O objetivo do cordel foi repercutir os casos engraçados que acontecem nas cidades do interior, onde o homem simples, sincero, não concorda com "perguntas bestas".
O professor e pesquisador Renato Casimiro apresentou uma relação com 75 títulos de cordéis de 39 autores, que já escreveram sobre as histórias de Seu Lunga que já foi objeto de reportagens, entrevistas e também documentários.
Seu Lunga não concorda com o arsenal de anedotas sobre si. Reclama do assédio da imprensa, justificando que não há motivo para dar entrevista. Afinal, diz ele, categórico, "eu sou um homem normal, não sou cientista, nem sábio".
Fonte: Diario do Nordeste
Imagens: Google
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