Criança de 4 anos está internada no Hospital Regional, em Campo Grande.
Pediatra diz que menino pode ter estreitamento do canal do esôfago.
Radiografia mostra pilha de controle de aparelho de som presa no esôfago. (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
O menino Isael Arcângelo da Silva Salomão, 4 anos, engoliu uma pilha usada em controles remotos, redonda, semelhante a uma moeda, enquanto brincava com o irmão caçula em Pedro Gomes, a 296 km de Campo Grande, no sábado (16). O líquido que fica dentro do objeto vazou, necrosando o esôfago do garoto, que foi encaminhado ao Hospital Regional da capital sul-mato-grossense.
De acordo com o pediatra que está atendendo Isael em Campo Grande, Alberto Cubel Júnior, o paciente pode ter graves sequelas. Ele está se alimentando por meio de sonda, que será removida nesta sexta-feira (29).
O pai da criança, Isael Rodrigues Salomão, contou ao G1 que o incidente aconteceu durante um momento de desatenção. “Deixei os dois lá no quarto e, depois de uns 10 minutos, os dois vieram correndo pra cozinha, o Isael chorando e falando o que tinha acontecido, que tinha engolido a pilha”, disse.
Imediatamente, segundo ele, o menino foi levado ao hospital local, onde foi atendido pelo plantonista Lissandro Vargas. O médico, conforme Salomão, afirmou que não tinha necessidade de fazer radiografia e receitou antiácido e remédio para dor.
“Disse que o objeto já tinha descido e que seria evacuado. Ainda explicou que uma substância corrosiva podia vazar da pilha e isso poderia ser fatal, mas, liberou meu filho”, explicou.
Consequências
Na segunda-feira (18), Isael foi levado novamente ao mesmo hospital reclamando de dores e com vômitos frequentes. O plantonista que estava no local pediu o exame de Raios x. “Foi constatado que a pilha estava lá. Então viemos para Campo Grande no mesmo dia e os médicos retiraram a pilha”, explica o pai.
De acordo com Cubel, que está acompanhando o paciente, durante o período de cicatrização, o garoto pode desenvolver estenose esofágica, que é o estreitamento do canal do esôfago. “O esôfago é um tubo e, durante a cicatrização dessas lesões, pode ser que o esôfago feche ou se estreite, por isso, temos que acompanhar todo esse processo de recuperação”.
Segundo ele, só em março, o Hospital Regional, referência para este procedimento, atendeu quatro crianças em casos semelhantes.
Processo administrativo
Vargas, responsável pelo primeiro atendimento, disse, em resposta às declarações do pai do menino, que Salomão não tinha certeza se o filho realmente havia engolido o objeto.
Sobre a necessidade de Raios x, ele relata que o procedimento seria necessário se a criança tivesse algum efeito por conta da ingestão. O médico ainda afirmou que todos os procedimentos tomados foram registrados no prontuário médico.
O hospital municipal de Pedro Gomes, onde a criança recebeu os primeiros atendimentos informou que vai abrir um processo administrativo para apurar a conduta do médico Lissandro Vargas e verificar se houve falha no atendimento.
Fonte: G1/Sobral 24 hs
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